Bolsonaro desfila a cavalo em protesto de ruralistas contra STF e CPI da Covid

Compartilhe

Bolsonaro desfila a cavalo em ato na Esplanada dos Ministérios Foto: Reprodução / Twitter

O presidente Jair Bolsonaro desfilou montado num cavalo no meio de uma manifestação de ruralistas que está sendo realizada na Esplanada dos Ministérios. Pouco antes, o presidente sobrevoou de helicóptero o protesto. Sem usar máscara, Bolsonaro caminhou entre os manifestantes, que apoiam o voto impresso e criticam tanto o Supremo Tribunal Federal (STF) quanto a CPI da Covid. Bolsonaristas também se reuniram neste sábado na Avenida Paulista, em frente ao prédio da Fiesp, em São Paulo, para defender pautas do governo. O ato foi organizado pela Marcha da Família.

Em Brasília, antes da chegada de Bolsonaro, dois helicópteros da Presidência sobrevoaram a manifestação, por volta das 15h, para observação. Depois de darem duas voltas, as aeronaves retornaram para o Palácio da Alvorada. Pela manhã, o presidente avisou que estaria “com o povo” na Esplanada.

Dois atos diferentes estavam marcados para este domingo: um de religiosos, pela manhã, e outro de produtores agropecuários, de tarde. Na prática, no entanto, houve uma mistura entre os dois grupos.

O STF é um dos principais alvos dos manifestantes, seja em cartazes ou em gritos nos carros de som. Uma faixa, por exemplo, diz que os ministros da Corte estão “demitidos”. Outra pede uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o tribunal. Diversos apoiadores também repetem a frase “eu autorizo”, expressão que tem sido utilizada entre simpatizantes do governo.

Em São Paulo, cerca de 200 pessoas fizeram orações por Bolsonaro, também defenderam a aprovação do uso do voto impresso nas eleições de 2022 e fizeram diversos ataques a desafetos do presidente. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi alvo de coros de “Renan vagabundo”, uma repetição da ofensa proferida pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ) ao colega do Senado no dia 12 de maio. A CPI da Covid, que investiga possíveis crimes do governo federal no combate à pandemia, foi chamada de “farsa”.

A manifestação contou com dois representantes do baixo escalão do governo. Quirino Cordeiro Jr, secretário de Cuidados e Prevenção às Drogas, do Ministérios da Cidadania, e Angela Gandra, secretária nacional da Família, ligada ao ministério de Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), discursaram do carro de som.

Numa barraca atrás da aglomeração, onde muitas pessoas não usavam máscaras, militantes bolsonaristas coletavam assinaturas para a criação do Aliança pelo Brasil, partido em construção ligado à família Bolsonaro. Enquanto Angela fez defesa das políticas públicas do governo voltadas à família, Quirino afirmou que o “Brasil vive o maior risco de legalização das drogas na história”. No discurso de outros militantes, a esquerda foi associada ao “demônio” e à maconha.

O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) participou da manifestação de cima do carro de som. Estavam presentes também grupos como Aliança Jovem Conservadora, Família Cristã pela Liberdade e Movimento Pra Frente Brasil.

Fonte: Extra.globo