PF investiga Ciro Gomes após críticas a Bolsonaro

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Candidato à presidência da República em 2018, Ciro Gomes (PDT) é alvo de um inquérito da Polícia Federal que investiga um possível crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido de abertura do inquérito foi assinado pelo próprio presidente. A informação é do jornal Estado de São Paulo.

O pedido é baseado em uma entrevista de Ciro Gomes à Rádio Tupinambá, de Sobral (Ceará), sobre as eleições muncipais de novembro do último ano. Segundo Gomes, o baixo apoio aos candidatos lançados pelo presidente mostravam “repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do País e seu desrespeito à saúde pública”. Além disso, Ciro também chamou o presidente de “ladrão” e falou sobre o caso de rachadinhas.

Na entrevista, Ciro também critica o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, perguntando qual seu papel no combate à corrupção, já que “passava pano e acobertava a ladroeira do Bolsonaro”, citando as acusações do Coaf contra os filhos e a esposa de Bolsonaro, além do ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz.

A investigação tem como base o artigo 145 do Código Penal, que fala de crime contra a honra de funcionário público, no exercício de suas funções.

Levantamento feito pela consultoria Atlas mostra que se as eleições presidenciais fossem nesta semana, Jair Bolsonaro (sem partido) perderia em um possível segundo turno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) por ao menos oito pontos percentuais.

A pesquisa foi fechada nesta quarta-feira (10), quando Lula fez o primeiro discurso após recuperar os diretos políticos, e revela que o petista melhorou sua imagem. Já em relação a Bolsonaro, os dados apontam que o atual presidente é afetado pela crescente rejeição durante a pandemia no Brasil.

De acordo com a pesquisa Atlas, numa simulação de primeiro turno das presidenciais, Bolsonaro aparece com 32,7% das intenções de voto, contra 27,4% de Lula. Na sequência, aparecem o ex-ministro Sergio Moro (9,7%), Ciro Gomes (7,5%), Luiz Henrique Mandetta (4,3%), o governador paulista João Doria (4,3%) e o apresentador Luciano Huck (2,5%). No cenário sem Lula, o ex-prefeito Fernando Haddad aparece em segundo lugar, com 15,4%.

Porém, a virada nas intenções de voto acontece em um possível cenário de segundo turno. Lula aparece com 44,9% contra 36,9% de Bolsonaro — oito pontos de diferença. Na simulação com Ciro, o pedetista também bate Bolsonaro (44,7% contra 37,5%).

O levantamento também mostra uma boa performance de Mandetta em um eventual segundo turno. O ex-ministro da Saúde bateria Bolsonaro por 46,6% contra 36,9%. Já o tucano Doria, adversário político declaro de Bolsonaro durante a pandemia, aparece empatado com o presidente da República. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Recorde de rejeição

A pesquisa Atlas, que foi realizada com 3.721 entrevistas feitas por questionários aleatórios via internet e calibra as respostas por um algoritmo de acordo com as características da população brasileira, também perguntou sobre a imagem do governo Bolsonaro e outros líderes políticos.

Na pesquisa, 60% da população desaprova Bolsonaro, contra 34,8% que o apoiam. O número equivale a uma queda de três pontos percentuais na aprovação em relação à pesquisa anterior, em 21 de janeiro.

Já o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro Sergio Moro, aparece com recorde de rejeição (63%), a maior desde que o Atlas começou a medir.

Lula, por sua vez, aparece com os mesmos 36% de índice positivo do presidente, alta de três pontos em relação a janeiro, provavelmente o começo do reflexo de sua reabilitação política.

Segundo o Atlas, Luiz Henrique Mandetta é o político com a imagem mais positiva entre os líderes medidos pela pesquisa (40%), seguido por Bolsonaro, que tem 36% de imagem positiva, contra 60% de negativa.

No Dia da Mulher, Ciro ofendeu Dilma

Ciro Gomes (PDT) chamou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de “aborto”, durante entrevista ao UOL, nesta segunda-feira (8). Ciro era entrevistado pelo colunista do jornal Kennedy Alencar para falar sobre governo Bolsonaro, pandemia e eleições em 2022.

No final da conversa, no chamado “pinga-fogo” — quando o entrevistador faz perguntas intercaladas com as repostas do entrevistado —, Ciro foi questionado sobre a ex-presidente Dilma. De imediato, o ex-ministro disse: “Outro aborto que aconteceu na história brasileira”.

Antes disso, o pedetista havia afirmado que o também ex-presidente Fernando Collor de Mello era um “aborto que aconteceu na vida brasileira”.

Porém, ao ser questionado sobre outros ex-presidentes, Ciro fez elogios. “Um grande estradista que conhecia o debate do regime, mas sabia do tamanho da complicação do Brasil. Foi o último que comprrendia o problema e a necesseidade de redesenhar a estrategia [do país]”, disse sobre Tancredo Neves.

“Grande e extraordinario brasileiro”, afirmou sobre Itamar Franco. “Maior estadista da história brasileira”, disse sobre Getúlio Vargas. “Sem dúvidas, o maior segundo estadista”, avaliou sobre Juscelino Kubitschek.

Ciro ainda cometou sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Um grande brasileiro que lambuzou-se no poder e perdeu a noção histórica”, disse.

Mas Ciro criticou o debate sobre a elegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as eleições de 2022.

Fonte: Yahoo