Bolsonaro chama Doria de “moleque” e “sem moral”: “Vira homem”

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(Foto: Andressa Anholete/Getty Images)

“Estamos fazendo todo o possível em Manaus apesar de o Supremo Tribunal Federal ter me proibido”, disse o presidente

Opresidente Jair Bolsonaro rebateu, em entrevista ao Brasil Urgente na tarde desta sexta-feira (15), as críticas feitas mais cedo pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Bolsonaro chamou o líder do Executivo paulista de “moleque”, “irresponsável” e “morto politicamente”.

“É hora de nos unirmos pelo bem e para o bem. Tem pessoas morrendo em Manaus por asfixia! Em abril, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o presidente não poderia interferir em estados e municípios sobre ações da covid-19. Ponto final! O que nós fizemos ao longo desse tempo todo? Ajudamos com recursos. E muitos (…)! Estamos fazendo todo o possível em Manaus apesar de o STF ter me proibido. Isso é um discursinho de um governador que durante a pandemia aumentou assustadoramente o ICMS de tudo. Não tem moral para falar de ninguém! Não quero entrar em polêmica, mas esse cara se elegeu com meu nome. Não deu dois meses e começou a me atacar de olho na cadeira presidencial. Ele que cuide da vida dele em São Paulo que eu cuido do Brasil. Se não tem o que fazer, não nos atrapalhe”, disse o presidente.

“Um avião já pousou [em Manaus], vamos construir um hospital de campanha em tempo recorde. Já que o Doria quer falar… ele diminuiu o número de leitos de UTI para covid-19 em São Paulo. Em consequência, com o mesmo número de infectados, os hospitais que sobraram dobraram as internações. Estamos mexendo com vidas humanas! São Paulo é um dos estados que tem mais infectados. Ele tem coragem moral? Esse pilantra aí não é homem! Eu não posso interferir nas medidas contra covid-19, estou cometendo um crime por ajudar Manaus! Se esse moleque que governa São Paulo tem coragem moral, critica o STF! Estou desobedecendo o Supremo! Estou interferindo.”

“Ele fechou São Paulo e foi para Miami! Ele se perdeu completamente por ambição. Essa passagem por São Paulo é o último capítulo da vida política dele (…). Calcinha apertada… seja homem! É duro mexer com quem tem um comportamento como ele. Nada contra a opção, mas é duro trabalhar com quem tem esse tipo de opção. Medíocre. Ele não sai na rua. Se sair vai ser linchado”, completou Bolsonaro.

Em coletiva de imprensa durante a tarde, Doria criticou as medidas tomadas pelo governo federal no combate ao coronavírus, especialmente no Amazonas, que enfrenta atualmente um caos no sistema de saúde e no sistema funerário. O governador chegou a chamá-lo de “facínora”.

Bolsonaro: “Entre eu e a vacina tem a Anvisa”

O presidente criticou o governador ainda por tentar “impor” a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan.

“Ele está sendo esculachado sobre a vacina que queria impor. A CoronaVac aí. Nem vou falar nada, só falo depois da Anvisa decidir. Entre eu e a vacina existe a Anvisa. Respeito as leis. Acontece com qualquer medicamento que chega ao país. Ninguém bota na farmácia, tem que ter certificação. A Anvisa tem dobrado turnos para em 10 dias dizer se pode liberar as duas vacinas que pediram registro para uso emergencial ou não. É um órgão responsável. Não podemos passar por cima. É crime achar que eu ainda não comprei vacina, como se fosse comprar um carro, uma lata de sardinha (…) Esse governador inconsequente falou que vacina tinha que ser obrigatória. Coisa de canalha! Esse cara acabou de aumentar, com apoio de sua assembleia comprada, o ICMS de todo o estado, inclusive de agulhas e ampolas! É irresponsável”, afirmou, ressaltando que “não tem nenhuma interferência” no trabalho da agência.

“Agora ele junta com o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) em campanha e quer dar uma de moralista. Maia é o responsável por atrasar a agenda do Brasil por dois anos! Fez caducar muitas medidas provisórias! A preocupação deles é só a eleição do dia 1ª [para a presidência da Câmara]. Ganhar a qualquer custo.”

Durante a entrevista, o presidente também defendeu o uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina no tratamento precoce da covid-19 e disse que solicitou que o imposto sobre cilindros seja zerado.

Fonte: Band