Convocação para protestos levou acordo sobre Orçamento à ‘estaca zero’

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Em suas redes sociais, Bolsonaro disse que mensagem divulgada no WhatsApp era de ‘cunho pessoal’ Marcos Corrêa/PR/Divulgação

Parlamentares e governo discutiam um acerto em torno de R$ 30 bilhões de emendas quando presidente divulgou mensagens sobre atos de rua contra o Congresso

O presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) convocou para a terça-feira, 3, uma sessão do Congresso Nacional que pode analisar – e derrubar – o veto do presidente Jair Bolsonaro a um trecho do Orçamento de 2020 que deixa nas mãos dos deputados e senadores o manuseio de cerca de 30 bilhões de reais. Governo e parlamentares caminhavam para fechar um acordo, mas a revelação de que o presidente distribuiu mensagens convocando seus seguidores às ruas para um protesto no dia 15 de março contra o Legislativo levou a negociação de volta à estaca zero.

O compartilhamento de mensagens sobre a manifestçaão criou uma nova crise na já conturbada relação entre Executivo e Legislativo. Na avaliação de parlamentares, o episódio contribuiu para dificultar a construção de um consenso em torno do Orçamento. Uma das versões do acordo em negociação previa que, dos 30 bilhões de reais, metade (15 bilhões de reais) seria destinada ao Executivo. Havia, em paralelo, outra discussão que previa 19 bilhões de reais para os parlamentares e 11 bilhões de reais para o governo federal.

No domingo, 1º, Alcolumbre deve se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o relator do Orçamento, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE), para discutir os termos de um acordo a ser oferecido ao Executivo. Nesse sentido, a volta do Legislativo aos trabalhos, na segunda-feira, 2, será fundamental para mensurar a aceitação dos líderes partidários à eventual nova proposta.

Fonte: Veja